28 março 2009

O trem de doido entrevista: George Constanza

Em uma cafeteria de Nova Iorque nos encontramos com George Constanza. Não houve atrasos. Na verdade, ele já parecia estar lá há algum tempo. Antes de começarmos a entrevista, George diz que está com fome e pede rosquinhas, um milk-shake e torradas com bacon. Ele pede para a garçonete colocar tudo na nossa conta. “Você não vai acreditar, mas deixei minha carteira na limousine... meu chofer deve estar andando por aí. Você já viu, arrumar um estacionamento por aqui é difícil”. Tudo bem, pagamos essa conta, afinal, esta é a primeria entrevista que George concede após sair da prisão. Ele e outros amigos foram julgados, em uma pequena cidade de Massachusetts, por terem feito gozações enquanto assistiam a um morador local ter seu carro roubado por uma gangue. Eles foram condenados por desrespeitar a lei do 'bom samaritano'.

O trem de doido: O que você tem feito nos últimos anos?

George: Olha, realmente foram anos de lucros, anos de sucesso. Anos de ouro, como dizem.

O trem de doido: É mesmo? Fale mais então de seus negócios?

George: Ahn... ah, você não vai querer saber. São realmente investimentos complexos, em ações, mercado financeiro, esse tipo de coisa

O trem de doido: Então você pode falar sobre a crise mundial, o que tem a dizer sobre ela? Afetou seus negócios?

George: Olha, poderia dizer que fomos espertos o suficiente para não sermos atingidos por isso. Esses caras dos bancos, financeiras, seguradoras, precisavam ter uma conversa comigo sobre os negócios deles. I'm the master (risos).

O trem de doido: Mas não afetou? Nada?

George: Só um esbarrão.

O trem de doido: Mas você diz 'nós fomos' espertos? Quem é a outra pessoa?

George: Ah, sim. É meu sócio. Um grande homem dos negócios. Grande. Art Vandelay. Conhece?

O trem de doido: Não.

George: Não? Não conhece Art Vandelay? Então, me desculpe, não dá nem para falar de negócios na bolsa com você.

O trem de doido: Ok. Então vamos falar um pouco de sua vida. Você ainda mora com seus pais? É verdade?

George: Quem disse isso??!

O trem de doido: Uma vez você declarou ter a impressão de que, quando as lésbicas olham para você, elas pensam: ‘Viu? É por isso que eu não sou heterossexual!’. Ainda pensa assim?

George: Ah, eu estava brincando, sabe? Tenho tido ótimos relacionamentos... é claro, quando a vida de executivo permite.

O trem de doido: Mas, George, uma de suas últimas namoradas declarou que você é “um idiota que lê revistas de sacanagem no banheiro da casa da mãe”... o que tem a dizer sobre essa declaração?

George: Isso é uma mentira, mentira!!!

O trem de doido: George, ela também fez um vídeo e colocou na internet. Nele você suplica, se humilha para ela não te abandonar, inclusive, nele você até se rasteja... vestindo apenas meia e cueca.

George: Mentira!!! (ele fica descontrolado)... você está gravando isso? Me dê isso! (ele tenta arrancar o gravador da mão do entrevistador, depois, cai e o segura pelas pernas).

O trem de doido: Você é um louco! (o entrevistador consegue se livrar)

George (espalhado no chão ainda tenta barganhar): ei, volte aqui, me dê esse gravador...não, não publique nada. Nada! Ei! Eu te arrumo ingressos pro jogo dos yankees! Volte!

"Jerry, just remember, it's not a lie if you believe it", George Constanza.