03 março 2009

Feliz natal


Todo moleque tem um herói. Quando eu era um menino vivendo na década de 80 o meu herói era o Zico. Eu queria jogar bola como ele, bater falta do mesmo jeito, usar a 10 do Mengão como ele usava. Só que da mesma forma que um garoto não pode voar feito o superhomem, eu também não podia fazer o que o Zico fazia, assim como nenhum outro mortal pôde fazer. Quando eu assistia um jogo do Mengão com o Zico em campo não havia monotonia. A qualquer momento ele aparecia e fazia alguma coisa mágica, um golaço. Eu me lembro que quando o Zico começava uma das suas arrancadas, meu pai, que já estava sentado na beira do sofá, no limite, chegava mais pra frente e, aos poucos, se levantava. Fatalmente, quando saia o gol, eu e ele já estávamos gritando e pulando na sala de casa. Um tipo de ídolo que parece não existir mais hoje pros meninos, dias de jogadores da 'balada', da faixinha na testa, do marketing e do deslumbramento babaca. Hoje, dia 3 de março é aniversário do Zicão. Dia em que um rubro-negro deseja feliz natal a outro.


Quando o Zico foi jogar na Itália, o Moraes Moreira fez um frevinho da saudade.
Saudades do Galinho

E agora como é que eu fico
nas tardes de domingo
Sem Zico no Maracanã
Agora como é que eu me vingo
de toda derrota da vida
Se a cada gol do Flamengo
Eu me sentia um vencedor

Como é que ficam os meninos, essa nova geração?
Arquibaldo, geraldinos,
como é que fica o povão?
Será que tem outro em Quintino?
Será que tem outro menino?
Vai renascer a paixão, ou não?

Falou mais alto o destino
e o galinho vai cantar
láiá laiá
vai cantar noutro terreiro
no coração brasileiro
uma esperança
quem sabe o fim dessa história
não seja o V da vitória
o V da volta, volta

volta galinho
que aqui tem mais
carinho e dengo
vai e volta em paz que o Flamengo
já sabe o que esperar
você voltar