25 março 2011

Salvo pela bunda

5, 6, 7. Eu interrompo meu air guitar (acho que era uma dos Stones na rádio mental) em frente ao espelho e viro o corpo pra descer do elevador. O pé direito vai primeiro. O corpo levanta. Quase voa. O tombo. Eu levanto assustado. A mulher que limpava o andar pergunta o que foi. Foi que ela deixou tudo molhado bem em frente ao elevador. E foi que eu fui o infeliz do andar que desceu do elevador naquela hora. E se fosse a vizinha ao lado? Idosa e síndica. Era demissão. Entrei mancando em casa. Caí mais de lado direito. Mas entrei andando. Não quebrei nada. Só a bunda ficou dolorida. E, ah, se não fosse a bunda.
 
Você lembra que tem bunda? Pois é, eu me lembrei depois do tombo. Certeza que a camada adiposa que fica ali protegeu meu esqueleto. A bunda me salvou. É claro que a bunda não tem só essa função protetora no momento dos tombos. Pensei em outras. Sim, cair me fez refletir sobre a utilidade da bunda. Sim, é sério. E eu não bati a cabeça.
 
A bunda certamente acolchoa (essa palavra existe?) quando estamos no vaso. A bunda ameniza as horas sentado em frente ao computador trabalhando. A bunda recebe injeções quando nenhuma outra parte do corpo dá as caras. É, a bunda... A bunda também... Bom, acho que já valeu de atribuições bundais. Desse jeito a bunda tá ganhando até do cotovelo. Já valeu. Claro, pra um sujeito como eu as atribuições são essas. Obviamente que no caso das mulheres frutas, dançarinas do tchan, participantes do BBB, a bunda vale ouro. Mas aí já é outra história.