12 julho 2010

Mais uma sobre futebol (a última, prometo)

Sinceramente, voltarei a escrever sobre seleção brasileira só daqui a quatro anos. Até lá, sei que vou sentir revolta com os desmandos e falcatruas da pré-Copa do Brasil. Vai ser dose. Eu não torço pra seleção de futebol do Brasil. Nunca torci. Pouco me importa se ela ganha. Quando perde, na maior parte das vezes, inclusive, fico até feliz. Isso depende da carga de antipatia que nutro em relação ao time do momento, ao treinador. Hoje, vejo que existe uma onda que pegou todo mundo de jeito. E é preocupante. É a onda de vencer a qualquer custo. O Brasil parece um colecionador que precisa a qualquer custo aumentar sua estatística. Hexa, hepta e todas essas contagens de alfabeto grego. Não acho que deveria ser assim. Seleção não é como um time profissional. Ela não precisa viver de resultados a qualquer preço. A convocação dessa última seleção parecia uma chamada para uma guerra. Um exército. Não é preciso convocar guerreiros. Não é uma luta. É um esporte. Queria ver uma seleção que fosse lá pra jogar o jogo. Deveria ir pra representar seu país de forma digna. E isso, pra mim, é não ser mesquinho, medíocre, não ter medo nem ser apelativo. Jogar bola. Jogar solto. Com os melhores, sem se preocupar se com esses melhores o time fica menos defensivo. Jogar pra cima, pra vencer. Divertir e divertir-se. E se perder, tudo bem. É essa a mensagem. É um esporte. Ao final do jogo do Brasil filmaram um menino chorando. Ele certamente estava desapontado porque engoliu a história de que o Brasil seria hexa. De que os "guerreiros" trariam a Copa de qualquer jeito. Chutando pedra, feito o comercial de cerveja. Lutariam e lutando se consegue tudo. Que péssima mensagem. Não queria ver um filho meu nessa. É a formação de mais uma geração alucinada pelos resultados, pelos números. Custe o que custar, com o uso da força. Mas esse é um jogo, um esporte que deveria servir como diversão, atividade física. Uma atividade lúdica e não uma batalha. Mas tudo bem. Não se fala mais nisso (futebol). E assim caminha a humanidade.