Sinceramente, voltarei
a escrever sobre seleção brasileira só daqui a
quatro anos. Até lá, sei que vou sentir revolta com os
desmandos e falcatruas da pré-Copa do Brasil. Vai ser dose. Eu
não torço pra seleção de futebol do
Brasil. Nunca torci. Pouco me importa se ela ganha. Quando perde, na
maior parte das vezes, inclusive, fico até feliz. Isso depende
da carga de antipatia que nutro em relação ao time do
momento, ao treinador. Hoje, vejo que existe uma onda que pegou todo
mundo de jeito. E é preocupante. É a onda de vencer a
qualquer custo. O Brasil parece um colecionador que precisa a
qualquer custo aumentar sua estatística. Hexa, hepta e todas
essas contagens de alfabeto grego. Não acho que deveria ser
assim. Seleção não é como um time
profissional. Ela não precisa viver de resultados a qualquer
preço. A convocação dessa última seleção
parecia uma chamada para uma guerra. Um exército. Não é
preciso convocar guerreiros. Não é uma luta. É
um esporte. Queria ver uma seleção que fosse lá
pra jogar o jogo. Deveria ir pra representar seu país de forma
digna. E isso, pra mim, é não ser mesquinho, medíocre,
não ter medo nem ser apelativo. Jogar bola. Jogar solto. Com
os melhores, sem se preocupar se com esses melhores o time fica menos
defensivo. Jogar pra cima, pra vencer. Divertir e divertir-se. E se
perder, tudo bem. É essa a mensagem. É um esporte. Ao
final do jogo do Brasil filmaram um menino chorando. Ele certamente
estava desapontado porque engoliu a história de que o Brasil
seria hexa. De que os "guerreiros" trariam a Copa de
qualquer jeito. Chutando pedra, feito o comercial de cerveja.
Lutariam e lutando se consegue tudo. Que péssima mensagem. Não
queria ver um filho meu nessa. É a formação de
mais uma geração alucinada pelos resultados, pelos
números. Custe o que custar, com o uso da força. Mas
esse é um jogo, um esporte que deveria servir como diversão,
atividade física. Uma atividade lúdica e não uma
batalha. Mas tudo bem. Não se fala mais nisso (futebol). E
assim caminha a humanidade.