14 junho 2010

Bolo, guaraná e muito doce pra você

Quem é que não gosta de ir em aniversário de criança? Talvez o Dunga. Não o anão, o técnico. O anão talvez também não goste muito se não receber um cachê bom, mas isso é outra história. Mas vai, confessa, aniversário de criança é bem legal. Muita gente reclama que “fica uma meninada correndo”, mas isso hoje já ficou pra trás. Aqueles super brinquedões infláveis deixam as crianças concentradas. Não tem mais aquilo de correr e brincar de pique de esconder na sala e nos quartos da mãe do aniversariante. E outra, deixa a criançada brincar. Não dá pra querer que eles fiquem sentadinhos o tempo todo. Enquanto eles estão lá, nós ficamos ali, nas mesas, aproveitando os comes. Ah, os comes. Cachorro-quente, caldo, algodão doce, maça-do-amor, salgadinhos, brigadeiro e bolo. Há alguma outra festividade com tamanha variedade de alimentos altamente saborosos? Difícil. Churrasco? Não. Churrasco tem duas vertentes: ou você vai só pra beber (nunca consegui misturar carne e cerveja) ou vai pra comer pedaços de carne a cada 5 minutos. Barca furada.

O fato é que a comilança nos aniversários é, na essência, só de alimentos altamente saborosos. Fui em uma dia desses em que era servido tapioca. Você escolhia o recheio e o cara fazia na hora. Se não fosse a concorrência e a fila, eu talvez teria passado dos limites. Mandei ver duas: prestígio (uma mistura de coco ralado, chocolate derretido e leite condensado) e uma que bolei na hora, com banana picada, leite condensado, canela e queijo.

Pra finalizar, há algumas ressalvas quanto às trilhas sonoras, importantes em qualquer festividade. Mas, geralmente, tenho notado que o fato da geração que teve infância nos anos 80 ter chegado ao poder paternal e maternal, fez as escolhas serem sempre boas. Turma do Balão Mágico, Sítio do Pica-pau amarelo. Sonoridades agradáveis e que me remetem às recreações da Escola Estadual Bom Jesus, onde desfilei meus primeiros anos de suplício estudantil, sempre estudando o mínimo pra passar e, talvez por isso, tenha vivido também felizes momentos lúdicos.

Inclusive esse último aniversário que citei foi realmente uma volta aos tempos de menino. Digo isso por conta de dois fatos, um foi a comilança de doces e guloseimas. O outro foi que, à noite, tive um pesadelo terrível. Daqueles que você acorda tentando gritar e não consegue. Desta vez eu não corria da Cuca, mas tentava enforcar um ladrão que pulou a janela da cozinha. Coisa de gente grande. Dormir de barriga cheia dá nisso, já dizia minha mãe.